Se tem uma coisa que ninguém gosta no verão, além do calor excessivo, é o barulhinho irritante dos pernilongos zunindo no ouvido. Mas você já parou para pensar qual é o coletivo desse inseto?
Assim como falamos “nuvem de gafanhotos”, o correto é “nuvem de pernilongos”.
Além disso, a própria origem da palavra “pernilongo” tem tudo a ver com a característica mais marcante do mosquito.
“O substantivo masculino pernilongo é formado pela aglutinação de ‘perna + i + longo’ (do latim ‘perna’ + ‘longus’), já que faz uma referência às pernas longas do inseto. E vale lembrar que ‘pernilongo’ é uma variação de ‘mosquito’, que vem do latim ‘musca’, que significa ‘pequena mosca’”, explica Leonardo Baroni, analista pedagógico do Redação Nota 1000.
Exemplos do dia a dia
E para quem quer ver o coletivo em ação, aqui vão algumas frases:
- O calor e a umidade atraíram uma nuvem de pernilongos para a varanda;
- Estávamos caminhando no parque e notamos que uma nuvem de pernilongos estava nos perseguindo;
- Tivemos que acender espirais para espantar a nuvem de pernilongos que rondava a casa;
- Uma densa nuvem de pernilongos cercava os postes de luz ao anoitecer;
- O pescador precisou usar repelente para se proteger de uma nuvem de pernilongos que pairava sobre o barco.
O “mosquito” que ronda a imprensa e até a literatura
Já reparou que a expressão “nuvem de pernilongos” aparece, principalmente, em textos jornalísticos? Veja este trecho de uma entrevista de Ana Maria Braga publicada no jornal “Folha de S. Paulo”, em 2020:
“A gente está sendo atacado não é por um pernilongo não, mas por muitos pernilongos em todas as regiões que são próximas às margens do rio Pinheiros e do rio Tietê. Às vezes você olha e entra uma nuvem de pernilongos, parece passarinho quando voa junto.”

Já na literatura, o professor Leonardo lembra a expressão “nuvem de mosquitos”, usada pelo escritor Osman Lins no conto “O Noivado”, descrevendo uma cena quase apocalíptica cheia de insetos:
“Duas aranhas saem da boca de Mendonça, descem pelo ombro, saltam para o chão, um grilo põe-se a cantar. Mariposas giram em torno da lâmpada. Pela janela aberta entra um zumbido uma nuvem de mosquitos. Na veneziana fechada aparece uma lagarta, gafanhotos pousam no sofá e na moldura do espelho (…). Enorme borboleta azul adeja sobre nós. Sinto na perna esquerda o rastro de uma centopeia.”
Agora que você já sabe o coletivo certo, pode usar sem medo de errar! E, claro, torcer para que nenhuma nuvem de pernilongos resolva perseguir você neste verão.
Ah! Vale lembrar de tomar todos os cuidados para evitar o mosquito da dengue, além de usar repelente sempre!