Ucrânia pede à Europa que indique enviado para negociações de paz

Volodymyr Zelensky e Ihor Zhovkva. Fotógrafo: Viktor Kovalchuk/Getty Images


A Ucrânia quer que a Europa nomeie rapidamente um representante para possíveis negociações de paz com os EUA e a Rússia, disse um dos principais assessores do presidente Volodymyr Zelensky.

“Deve ser uma decisão tomada rapidamente”, disse Ihor Zhovkva, vice-chefe do escritório de Zelensky, à Bloomberg. “Espero que logo após a reunião em Paris. Devemos agir, não refletir.”

Zhovkva, que está em Bruxelas para consultas relacionadas à segurança, recusou-se a sugerir nomes, mas indicou que a pessoa deve ter um nível de liderança para ter o mesmo status que Zelensky, o presidente dos EUA Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin.

Zelensky também apoiou a ideia, dizendo a repórteres em Kiev por videoconferência dos Emirados Árabes Unidos: “Deve haver um representante da Europa.”

Os líderes da UE ficaram chocados com a rapidez com que Trump pressionou para iniciar as negociações com Putin, com oficiais dos EUA e da Rússia programados para se encontrar na Arábia Saudita nesta semana.

O presidente francês Emmanuel Macron convocou apressadamente uma mini-cúpula nesta segunda-feira (17) em Paris com vários líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para discutir a Ucrânia e possíveis maneiras de aumentar os gastos com defesa na Europa.

Embora não se espere uma conclusão formal, eles pretendem começar a elaborar uma resposta após os oficiais dos EUA na Conferência de Segurança de Munique na semana passada afirmarem de forma clara que há um limite para o que Washington está disposto a fazer militarmente na Europa.

Macron conversou com Trump por telefone por cerca de 20 minutos antes da reunião, de acordo com a presidência francesa. Macron também planeja atualizar Trump após a cúpula.

Os EUA também se aproximaram discretamente de nações europeias para obter detalhes sobre quais garantias de segurança estariam dispostas a fornecer à Ucrânia para garantir um acordo de paz duradouro, informou a Bloomberg. Em particular, a administração Trump quer saber como os aliados devem reagir se quaisquer forças de manutenção da paz forem atacadas por Moscou.

Com os EUA determinados a agir rapidamente, a Europa corre o risco de ser marginalizada nas negociações que podem, em última análise, determinar o equilíbrio de segurança no continente por anos, se não apresentar rapidamente um plano tangível.

Oficiais europeus e Kiev disseram que queriam que os aliados concordassem com garantias de segurança antes de conversar com a Rússia, e a Ucrânia não concordará com nada em que não tenha participado da negociação. Vários oficiais disseram à Bloomberg que, para influenciar as discussões, a Europa precisa não apenas trazer algo tangível à mesa, mas também descobrir quem está falando por ela.

Alguns oficiais europeus reclamaram que a maioria dos estados membros da União Europeia foi excluída da reunião em Paris. A presidente da Eslovênia, Natasa Pirc Musar, disse que o formato de Paris envia a “mensagem errada” porque sugere que o consenso da UE sobre a Ucrânia e outras questões pode estar desmoronando.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho, Antonio Costa, foram convidados a representar o bloco mais amplo, juntamente com o chefe da Otan, Mark Rutte.

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