O funcionamento de um motor de combustão interna consiste em quatro tempos, por isso ele também pode ser chamado de “motor a explosão de quatro tempos”. Quando o veículo é abastecido com diesel, o processo apresenta algumas pequenas diferenças em relação à gasolina.
A primeira etapa, chamada de admissão, consiste na descida do pistão, que cria vácuo e atrai o ar para dentro do cilindro. Em seguida, o pistão sobe novamente e comprime o ar no cilindro, gerando uma compressão que eleva a temperatura para cerca de 700°C.
Aí vem a fase da explosão, que impulsiona o pistão para baixo e converte a energia térmica em energia mecânica. O último tempo é o escape, a saída dos gases resultantes da combustão pelo escapamento.
Uma dúvida que surge com esse processo nos motores a diesel é a ausência de velas de ignição, como as que existem nos propulsores a gasolina e flex. Como é possível a queima do combustível sem esse elemento?
Foto: Vulp/Shutterstock
Queima do diesel no motor
A explicação para a ausência do dispositivo é bem simples: a ignição por compressão. O que incendeia o combustível é o calor gerado pelo ar comprimido no cilindro, que fica quente o suficiente para gerar a combustão.
O calor é tão grande que dispensa dispositivos elétricos para o início da queima, uma vez que o produto é mais eficiente energeticamente. É por isso que dizemos que os motores a diesel têm uma taxa de compressão mais alta que os movidos a gasolina.
Para oferecer essa vantagem e suportar os níveis de pressão muito maiores, eles precisam ser construídos de forma mais robusta, o que também os torna conjuntos mais duráveis.
Posso abastecer um carro a gasolina com diesel?
Se o motor foi projetado para receber gasolina, a mistura ar-combustível comprimida pelos pistões precisa de uma faísca para inflamar. Já no propulsor a diesel, o óleo é injetado diretamente no cilindro e a combustão ocorre de forma espontânea.
Caso o motorista abasteça um carro a gasolina com diesel, ele não vai funcionar e ainda pode ficar com o filtro de combustível entupido porque o segundo produto é mais espesso. Também pode haver danos nos injetores, feitos para atomizar a gasolina, que é líquida, e não oleosa.
De qualquer forma, diesel não queimaria de maneira limpa e grudaria nos componentes mesmo que conseguisse chegar ao motor, impedindo o veículo de sair do lugar.